terça-feira, 8 de julho de 2008

Amor puro?


Certo dia, estava pensando... será “ainda” possível que os relacionamentos sejam puros? Quando digo relacionamento, me refiro à de um casal, sejam enamorados, casados ou mesmo “amancebados”. Não tive resposta para tanto. A acepção da palavra pureza seria tão fundamentalista na mente de muitos, que chegariam à conclusão de que não, não é possível. Exigir pureza quando se trata de ser humano é almejar demais. Nós, como seres essencialmente emocionais (mais até que racionais), estaríamos tendenciosamente guiados a nos “poluir” com elementos tóxicos e sufocantes às relações. Então, divagando, despretensiosamente, cheguei a uma lúdica solução. Que tal sugerirmos a um cientista, desses cada vez mais numerosos estudiosos da relação humana, um desafio? O que seria de um casal, incondicionalmente apaixonado, que fosse imunizado de agentes deletérios externos, seja através de uma vacina, bolha, isolamento, o que for?
Seria tal casal eternizado pelo amor? Poderíamos dizer que se chegaria à fórmula do amor eterno? Definitivamente, não! Isso porque o amor possivelmente não se constrói nem sobrevive na pureza. Ele fomenta em ambientes impuros, às vezes, inclusive, em meios infectados. E isso, frise-se, não é algo prejudicial. Ao contrário, relacionamentos amorosos progridem mais intensamente quando se deparam com embaraços e estorvos, porque assim se fortificam na sincera superação. E nada mais construtivo do que a verdadeira superação consubstanciada na vontade de fazer valer à pena.

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